19/01/15

LIVROS DE AUTO-AJUDA: SIM OU NÃO?

LIVROS DE AUTO-AJUDA: SIM OU NÃO?

Hoje falo-vos de um assunto algo "tabu". O que poderia parecer algo simples, infelizmente não o é. A indústria está tão poluída no momento, que não é de admirar que existam legiões de pessoas contra os autores com obras que se enquadram na categoria de "auto-ajuda". Pessoalmente considero-me um autor de desenvolvimento humano (leia-se desenvolvimento pessoal e/ou profissional), infelizmente as categorias das livrarias por todo o mundo estabeleceram o termo "Self-Help" que originou a tradução "Auto-Ajuda". Mas a minha reflexão não é sobre a categoria e sim sobre a indústria em si.

Muitas pessoas escrevem-me a perguntar uma opinião honesta sobre se devem ou não comprar e ler livros de auto-ajuda. Pois bem, a minha resposta é uma via de dois sentidos: sim e não. Deixe-me explicar melhor o porquê de relevar duas alternativas opostas em simultâneo. De forma geral aconselharia livros desta categoria ao público que procura melhoria em uma ou várias área da sua vida. Até aqui não existe novidade. O problema são as pessoas que ou não estão abertas a novos conteúdos ou esperam que o livro diga o que "elas querem ouvir". Para essas, este tipo de literatura não é recomendado.

Reconheço que hoje em dia, profissionais de desenvolvimento humano sofrem "ataques" diários do público. Uns alegam que estes vendem "a banha da cobra", outros dizem que o nosso trabalho é voltado para "coitadinhos" e pessoas "fragilizadas" e existem ainda os que afirmam que já foram enganados por outros "pseudo-gurus". Reconheço que existem centenas de profissionais na área que não dignificam nem os conteúdos que transmitem nem o público a que se dirigem. Também eu já me senti lesado por cursos, livros, seminários e palestras que comprei e que não ofereceram conteúdo relevante ou, se o fizeram, tratava-se de uma cópia literal do trabalho de outros profissionais.

Talvez por isso mesmo, eu perceba a desconfiança de muitas pessoas nos profissionais da área. Sendo eu produtor e consumidor em simultâneo, sou muito exigente em ambos os papéis. Como produtor, eu tento sempre criar conteúdo inovador recorrendo a poucas ou nenhumas citações de outros autores ou, sempre que o faço, tento apresentar uma visão própria e totalmente única. Como consumidor, eu espero que o produto corresponda não apenas às minhas expectativas como à promessa do produtor.

Com o crescente número de profissionais especialmente na área do Coaching, senti uma forte necessidade de me diferenciar pelos meus conteúdos. Por isso mesmo, escolhi duas áreas padrão e foquei-me nelas desde o primeiro minuto: Felicidade e Sucesso. Todos os meus conteúdos foram criados com esses dois pilares em mente e tentei, ao longo dos meses, tornar-me especialista neste tipo de conteúdo.

O que acontece na nossa indústria é que não existe um fio condutor. Quase toda a totalidade dos profissionais quer abranger toda e qualquer área, e isso, não apenas provoca desconfiança no cliente, como obriga a que usem programas de outros profissionais, sem ao menos dominarem o conteúdo. Confesso que já participei em muitas palestras e seminários em língua portuguesa que eram réplicas de programas de autores norte-americanos, o mesmo acontece com os livros. Fico perplexo com a "coragem" destes profissionais pois, mesmo que inconscientemente, eles estão a "dar um tiro no próprio pé". Quando isto acontece é frequente vermos carreiras acabarem com maior rapidez do que começaram e isso, descredibiliza totalmente o ramo do desenvolvimento humano.

Não estou a afirmar que sou perfeito, muito pelo contrário, mas tenho muito cuidado antes de tornar público qualquer material, garantindo sempre que se trata de material novo e que possa agregar valor ao meu leitor, seguidor, fã ou cliente e ao mesmo tempo, que seja conteúdo que domino na totalidade. Sei que desta forma demoro mais tempo a chegar ao meu destino, mas sei que cada passo que dou tem solidez e é verdadeiro.

Outra abordagem extremamente nociva na nossa indústria é ver os profissionais abordarem o público como se este fosse ignorante ou fracassado. Cada uma das pessoas que procura literatura de auto-ajuda, faz o melhor que sabe e pode, e não pode jamais ser considerado inapto ou derrotado. O que eu e outros profissionais conscientes fazemos é apelar ao aprimoramento e ao crescimento. O que sempre tentei dizer ao meu público é que não só ele é capaz como pode melhorar ainda mais a sua vida. Talvez por isso, a fidelização de quem me segue tem sido crescente, pois sempre tratei meus clientes com a dignidade e o respeito que eles me merecem. Todos os meus livros, palestras, seminários e pacotes de sessões são voltados para o desenvolvimento de pessoas conscientes que podem fazer e ter melhores resultados.

Se todos os profissionais abordassem o público dessa forma, se tivessem a dignidade de produzir conteúdos únicos (e que dominam) e respeitassem os seus clientes, provavelmente não existiria esta conotação tão negativa na indústria. Algo que me recuso a fazer é a entrar num ciclo de "chico-esperteza" abusando de pessoas fragilizadas, recorrendo a mensagens agressivas, copiando programas de profissionais estrangeiros e ignorando qualquer feedback negativo dos meus clientes. A minha maior meta é: "Ajudar o maior número de pessoas a transformar as suas vidas" com a máxima: "Hoje foi bom, mas amanhã será ainda melhor!".

Um dado curioso, e que contradiz a opinião do público em geral, é que os maiores consumidores a nível mundial de livros de auto-ajuda são normalmente pessoas que já possuem uma vida satisfatória e não o grupo de pessoas emocionalmente debilitadas. Poderá parecer estranho mas se pensarmos bem faz todo o sentido. Quem tem já resultados satisfatórios, procura melhorar a cada minuto e por isso recorre a coaches ou mentores. As pessoas instáveis ou fragilizadas emocionalmente procuram por norma livros que estejam na mesma frequência energética ou seja literatura depressiva, trágica ou de apoio. Por esse mesmo motivo, vejo o meu cliente como uma pessoa de acção, que está disposto a fazer o que for necessário para conquistar o estado desejado.

Por tudo isto, existem livros de auto-ajuda bons e maus. Cabe-lhe a si decidir os que irão agregar conteúdo à sua vida. Autores, assim como profissionais de outras áream, existe um pouco de tudo no mercado. Por isso mesmo, antes de adquirir uma obra deste género, procure acima de tudo conhecer o autor, a sua filosofia, a sua postura e linha de trabalho. Não acredite nos pré-conceitos sociais e não generalize. Procure os profissionais que o(a) possam ajudar e usufrua do melhor do desenvolvimento humano.

Lembre-se que: "A LITERATURA DE AUTO-AJUDA É UMA FORTE ALIADA PARA OS QUE ESTÃO DISPOSTOS A EXPANDIR A SUA MENTE E A LUTAR".

Forte Abraço,
LUIS ALVES

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2 comentários:

  1. Robson Edwards Jr.20 janeiro, 2015 05:24

    Em primeiro lugar, Luis excelente post.

    Por motivos de negócios, viajo frequentemente para os Estados Unidos.

    Como trabalho sobretudo com imóveis, já assisti a palestras e seminários do Brian Tracy sobre vendas. Tive igualmente o prazer de participar em seminários com Robert Kiyosaki e Tony Robbins.

    Como estou constantemente à procura de treinamentos que me permitam crescer a nível pessoal e profissional, confesso que já comprei vários livros e cursos, além de ter participado em várias palestras e seminários com autores de língua portuguesa.

    Tal como você, muito desse material me deixa chocado. São cópias descaradas do trabalho dos Norte Americanos e, o mais incrível, é que quando o público faz uma pergunta ao palestrante, percebe-se que não existe domínio no tema;

    Atenção que não estou falando apenas de pequenos eventos, mas sim já consagrados. Em relação aos livros, a mesma coisa. pegar em um livro brasileiro, para quem perceber de Inglês, é fácil reconhecer a maioria dos textos.

    O mais grave, no meu entender, é que os autores que copiam esses mesmos textos, de Best sellers, não têm sequer consciência que essas mesmas obras estão disponíveis em português. Fica, por isso, muito difícil acreditar em alguns gurus neste mercado.

    Confesso que não conheço ainda os seus livros, mas depois deste texto, fiquei demais curioso em os conhecer. É preciso cada vez mais autores autênticos e que possam dominar as suas áreas de especialidade.

    Parabéns pela sua coragem ao escrever esta matéria.

    Att. Robson Jr.

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    1. Robson em primeiro lugar seja bem vindo ao blog.

      Tal como você, eu acredito precisamente na mesma teoria, existem demasiadas réplicas mas pouco domínio sobre os assuntos. Pela minha profissão, leio uma média de 3 a 4 livros de auto-ajuda a cada mês. Acredito que é através da pesquisa que posso formular opiniões sobre determinado tópico com maior validade.

      Leio e vejo muito conteúdo que realmente é repetido incessantemente por autores não apenas de língua portuguesa mas de todo o mundo. Conteúdos consagrados dos autores que citou e de muitos outros, são muitas vezes usados sem grande sentido, trata-se apenas de um "copy and paste" (Copiar e Colar) sem que o profissional que o faz perceba e domine o assunto.

      Acredito que esta nova geração de Coaches, Mentores, Psicólogos, Neuro-cientistas, Psicoterapeutas e líderes espirituais é fantástica e com um imenso potencial para mudar o mundo. O que é necessário é que sejam desenvolvidos novos modelos e se deixe o padrão típico dos anos 60 e 80.

      Acredito que existem imensas oportunidades se os autores saírem das suas zonas de conforto e partirem para a pesquisa e investigação. Afinal, esta área é baseada na Escola da Vida e suportada por pilares da biologia, física, química e mesmo matemática por isso existe sempre uma forma de evoluir os conteúdos à medida que a vida em sociedade vai sofrendo uma mutação constante.

      Mais uma vez o meu muito obrigado pelo seu comentário. Ficarei muito grato se me der o privilégio de conhecer as minhas obras. Acredito que não se irá arrepender.

      Forte Abraço,
      LUIS ALVES

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